Amor materno e o mito contemporâneo do amor perfeito
Baseado do livro "Psicologia da Gravidez", da Maria Tereza Maldonado
Conhecer bases históricas nos diz muito sobre como e por que pensamos e agimos de determinada maneira hoje, nos fornecendo senso crítico, que permite que o processo evolutivo continue.
O livro Psicologia da Gravidez, de Mª Tereza Maldonado, relata influência social de figuras maternas básicas, como Eva, a tentadora, frágil e pecaminosa à Virgem Maria, imaculada e dedicada, demonstrando como o contraste na figura social feminina pode mudar a perspectiva da própria imagem da mulher ao longo do tempo.
Até o século XVII, parto e maternidade eram "assuntos de mulher" e as parteiras assumiam o protagonismo durante o nascimento. A presença do homem, surgiu através da figura do cirurgião e o parto se tornou uma arte médica. Os nascimentos de cócaras ou em cadeiras de parto foram substituídos por cama de parto, para melhor posicionamento médico e no século XVIII, a cesariana ajudou a relegar a figura da parteira a segundo plano.
Para além dos relatos históricos sobre a falta de empoderamento no processo gravídico e de parto, a exaltação do amor materno é algo recente na civilização ocidental. Era comum confiar o bebê a uma ama, que amamentava e cuidava da criança em seus primeiros anos de vida.
Na Reforma Protestante, sendo exigido fidelidade para os casais, o índice de filhos "bastardos" aumentou tanto que surgiram as primeiras instituições para crianças abandonadas.
Predominava uma "indiferença materna" para os primeiros anos da infância, seja pelo alto índice de mortalidade infantil, ou pelos costumes, e somente após o século XIX é que surgiu a presença da mãe para educação e religiosidade.
No século XX, cresce a ênfase da relação mãe-filho, sob influência da Psicanálise, o que trouxe a tendência da responsabilização materna também para saúde emocional dos filhos.
E Hoje? você entende quando não se sente uma mãe perfeita, e por que carrega tantas culpas?
Maternar é aprender.
Apoiar a si e outras mães já é um começo para prosseguirmos nessa jornada evolutiva que é trazer pessoas à vida.
Beijos, Max.
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